I O A N N E S P A U L U S E P I S C O P U S
SERVUS SERVORUM DEI
SPERA IN DOMINE
BULA DE CONCESSÃO
DO TÍTULO DE SANTUÁRIO A BASÍLICA DE SANTA CLARA DE ROMA
A todos a que estas letras apostólicas chegarem, em especial a Superiora do Convento de Santa Clara, a dileta filha Madre Suzana S. Battaglia, saúde, paz e bênção apostólica.
A todos a que estas letras apostólicas chegarem, em especial a Superiora do Convento de Santa Clara, a dileta filha Madre Suzana S. Battaglia, saúde, paz e bênção apostólica.
"Confiai no Senhor" foi a admoestação de Santa Clara à uma de suas noviças quando desanimada após um dia sem recolher as esmolas necessárias. Esta é também a admoestação que o rei Davi dá-nos no Salmo 36: Espera no Senhor e faze o bem. Estes são, pois, mandatos direcionados para o coração daqueles que se desanimam, ou daqueles que, em meio ao caminho rumo ao Pai encontram provações, desertos de solidão, espinhos de angústias, tormentas de desolação.
Outrossim, não somente aos desanimados e provados, mas a todos aqueles que se aventuram profundamente nos sagrados mistérios, ou ainda, naqueles que relutam, por motivos diversos, entrar de fato no caminho de Cristo. "Confiai no Senhor" para que suportes o padecimento, pois não haveis de encontrar alegria neste mundo, mas no próximo.[1]
Na Eucaristia encontramos o alimento para esta penosa e santificadora jornada, encontramos a motivação e, máxime, o sentido e o auge e centro de toda a nossa vida cristã. Nela conhecemos a verdade, o Cristo, e com Ele, se for nossa intenção, praticamos a verdade e somos, portanto, levados à luz que é a manifestação de que as obras são feitas por Ele e com Ele (cf. Jo 3, 21). Não é, portanto, admitido a um cristão que se prive do sofrimento, muito menos do deserto e da tristeza, buscando um vão comodismo no pacífico âmago de seu vazio interior.
Queridos filhos, esta Eucaristia, ação de graças, que alimenta e motiva, oferecesse e oferecer-se-á até a consumação dos séculos; E para que o sacrifício pascal de Cristo seja sempre re-oferecido perpetuamente, urge que templos dignos proporcionem que a sagrada liturgia seja plenamente executada, com extrema dedicação e pleno respeito ao que nos manda a Santa Igreja pelas suas rubricas, para que o melhor culto seja oferecido a Deus.[2]
Por conseguinte, reconhecer a dignidade de templos que fruem deste status e capacidade de oferecer um culto solene e digno ao Pai, é uma obrigação e jamais passará desapercebido diante dos olhos desta Sé Petrina. E, portanto, observando todo o proveito a Madre Igreja que esta Basílica tem imanado, sobretudo como sendo a matriz do Convento de Santa Clara, reconhecendo o louvor que sobe a Deus por meio das irmãs e dos sacrifícios numerosos realizados naquele altar, CONCEDO por meio da autoridade de Sucessor de São Pedro e Vigário de Cristo, o título de Santuário à Basílica de Santa Clara de Roma, revogando, assim, todas as disposições ao contrário.
Sem mais, suplico à Santa Mãe de Deus e à Santa Clara, que com suas purezas, abençoem e santifiquem, façam frutificar e brotar frutos de santidade e lírios de pureza aonde quer que o nome desta igreja, agora Basílica Santuário, chegue. Cristo Seráfico cubra-vos com suas asas de amor e zelo, e as conserve no caminho da santidade.
Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, aos oito dias do mês de Junho do ano do Senhor de dois mil e vinte, na memória de São Carlos Lwanga, primeiro de nosso pontificado.
Vicarius Christi
Eu o subscrevi,
D. Tomás Skol Sharpen Abels von Klapperschlange Araújo
REFERÊNCIAS
[1] Profecia de Nossa Senhora em La Salette
[2] Decreto CHRISTUS DOMINI - Sobre aspectos Litúrgicos a serem observados, de João Paulo VI. Parágrafo 18º;