Lucam Episcopus,
Servum Servorum Dei
CARTA APOSTÓLICA
"Corrigere Transgressus"
(Sobre a correção das transgressões presentes)
Aos Cardeais,
Aos Arcebispo e Bispos,
Aos Presbíteros e Diáconos,
Aos leigos e leigas,
E a todos os que este alcançarem.
Caros irmãos, "corrigir o que foi transgredido" foi como em língua latina, quis intitular estas minhas letras apostólicas ao oferece-las de modo exortativo e cuidadoso, ao deter-me sobre os temas delicados da incoerência cismática e das outras ações que, ferindo a comunhão eclesiástica transgridem a missão da Igreja em nosso tempo e realidade.
Observando a etimologia forte da palavra que decidi intitular esta carta, "transgressão", compreendemos da língua latina o verbo "transgredi" (trans: ir além, gredi: pisar), faz portanto uma referência a ultrapassagem dos limites cabíveis. Por sua vez, esta palavra em sua raiz, está diretamente ligada a palavra "pecado", no latim "peccatum" derivada do verbo "pecco" que por sua vez quer dizer, pisar em falso. Demonstrando também assim, uma relação de ultrapassagem do conveniente.
Após demonstrar a etimologia da palavra chave que intitula esta carta, quero desenvolver de forma breve ao que de fato diz respeito estas letras. Se trata portanto, de uma breve reflexão acerca do tema do próximo sínodo dos bispos, a questão dos cismáticos e apostatas.
Em nossos tempos de pouca razão e mais impulso, ou ainda como exorta o Papa Francisco ao denominar a "cultura do imediatismo", somos levados a constantes mudanças e imediatas resposta, fazendo com que, tudo que façamos e vivemos seja correspondido com máxima brevidade, perdendo-se qualquer oportunidade do exercício de reflexão e amadurecimento, que por sua vez exige tempo, disponibilidade e paciência.
É justamente na questão do imediatismo que ao meu ver identifico a raiz dos problemas que hoje se estabelecem contrário a unidade da Igreja, em forma de cismas e divisões. É portanto, por conta do imediatismo vivido, e a necessidade voraz de imediata resposta aos nossos esforços e ações, que se é gerada as cismas e demais divisões. Demonstra-se que, não se pode mais trabalhar mais de um mês assiduamente a frente de um rebanho, que já não mereça honrarias e títulos honoríficos, esperar não se tornou mais gratificante e exemplar, mas sim sinal de desprezo.
Portanto, é sobre esta questão que venho condenar e exortar, a todos àqueles que por sua vez foram vítimas cegas desta cultura imediatista, que possa enxergar suas esperas, suas penas, suas sentenças, não como castigos mais acima disto, como gratificante oportunidade de demonstrar através dos desafios presentificados uma firme perseverança e um especial amor pela Igreja e a comunidade.
Por isso, a todos aqueles que deste modo agem, como promotores das cismas e divisões, saibam que, manipulados pelo imediatismo cultural, transgridem e ferem a Igreja do Senhor, ferem a mutua relação entre o corpo da Igreja e as correlações a si próprio.
Assim, no encargo de pastor de toda Igreja, exorto-vos, não deixai-vos perder-se ante as peripécias imediatistas, não deixai-vos que vós mesmos percam-se em cismas, promovendo a divisão e enfraquecendo a si próprios, perdidos longe do lar, e aqui vale recordar o trecho do Evangelho de São Lucas (Lc 15, 11-32), ao citar o filho pródigo e o pai misericordioso.
Por fim caros irmãos, solicito que estas letras sejam conhecidas, lidas, compreendidas, obedecidas e comunicadas em toda a Igreja, de modo que, ao conclui-las confio-as ao amparo da Virgem Maria, para que, sob a proteção da mãe que sempre vai de encontro e amparo as necessidades dos filhos e filhas, possa ajudar a todos aqueles que se detêm em promover as cismas e divisões, no corpo da Igreja, que os acolheu e formou.
Dado em Roma, Junto á São Pedro, 17 de Novembro do Ano do Senhor de 2017, Primeiro do Meu Pontificado.
+ Lucam Pp. III
Servum Servorum Dei
