Administrado por Dom Vito Alberti Lavezzo e Dona Kate Alberti Rossetti, arquivistas do Vaticano.

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Declaração Apostólica “Ecclesia Venditor” (O vendedor da Igreja) – Com a qual se proclama a antipapia do papa Gregório III

PAULO, BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
VIGÁRIO DE CRISTO PRIMAZ DA ITÁLIA
ARCEBISPO METROPOLITANO DA PROVÍNCIA ROMANA
SOBERANO DO ESTADO DA CIDADE DO VATICANO
PATRIARCA DO OCIDENTE

A todos os que esta nossa DECLARAÇÃO APOSTÓLICA verem, saudação e bênção no Senhor,

Aquele que se porta como vendedor da Igreja merece o fogo eterno. Nosso Senhor Jesus Cristo, em um de seus raros momentos de ira, voltou-se contra aqueles que faziam da Casa do Pai uma casa de comércio (Mt 21, 12-17; Mc 11, 15-19; Lc 19, 45-48; Jo 2, 13-16). Também nós, que sucedemos o Beato Apóstolo Pedro, e por direito divino somos o Vigário de Cristo na Terra, somos tomados pela dor ao notar que muitos, aproveitando-se de suas posições na Igreja, quiseram dela servir-se, não sendo dela servidores, como era seu dever.

Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua divina sabedoria, afirmou que as portas do Inferno não venceriam a Igreja. Por vezes, ao longo de nossa história, fomos tentados a pensar se Nosso Senhor havia nos abandonado, haja vista que a corrupção de muitos de nossos antecessores e irmãos no sacramento da Ordem escandalizaram a todo o povo de Deus. Cabe portanto a nós, a exemplo de São Francisco de Assis, atender ao chamado do Senhor que nos convida a reconstruir a sua Igreja.
Este apelo, que nasce do Coração Santo do próprio Jesus, ressoa forte em nossos ouvidos quando vemos em nossa história figuras como o Papa Gregório III. Este pontífice, que governou o Trono de São Pedro em meados de 2018, figura na lista de corruptos.

De acordo com fones de nosso Arquivo Vaticano e confissão juramentada da vítima, este pontífice extorquiu o então Monsenhor João de Aviz, que havia abandonado uma vida de luxo e ostentação para servir a Deus no sacerdócio. Ao ver que João possuía boas mobílias e razoável situação financeira, Gregório ofereceu-lhe o episcopado junto do então cardeal Vinícius Cantorinni.
Não cumprindo com sua parte, o pontífice não lhe emitiu a bula, o que fez com que este nosso irmão fosse cobrá-lo, o que resultou em sua suspenção da Igreja, tendo retornado depois sob o pagamento de fiança. O mesmo papa e o mesmo cardeal continuaram a lucrar sobr eo jovem, ameaçando que caso ele não realizasse um repasse financeiro à eles, o mesmo seria expulso da Ordem dos Frades menores (OFM), na época sob a direção do então superior Hery Cardoso, que também recebia mobílias por meio de extorsão. Além disso, João Aviz afirma também ter pago seu cargo de auxiliar na Nunciatura ao mesmo cardeal e pontífice.

Causa-nos espanto ver a frieza com que agia este pontífice. Isto porque, logo no início de seu pontificado, durante a missa de encerramento do Santo Conclave, o mesmo pontífice afirmou: "Queridos, não manchem a imagem da Igreja, pois ela é a esposa de Cristo" (Gregório III, Homilia da Missa de encerramento do Santo Conclave).

O mesmo pontífice afirmou em sua Carta Encílica Gaudium Populum Dei: “peço, que se for para usar a batina, e ter atitudes que não condizem com o sacerdócio, não usem” (Papa Gregorio III, VII).  Em seu caso, a batina era a forma encontrada para exercer poder sobre o clero e se impor, maculando a alvura da santa batina branca com seus atos corruptos e de profunda vergonha para nossa Santa Madre Igreja.

Além disso, com as vendas, incentivou o carreirismo. Tal ação não representa amor a Igreja, muito pelo contrário. Atitude no mínimo duvidosa diante, já que os clérigos “devem antes de tudo terem amor pela Igreja, pois ela é o Corpo de Cristo (1Co 12, 27) e sustentáculo da verdade (1 Tm 3,15) e se não há amor pela Igreja, não terá amor pelo ministério que almejam” (Gregório III, Carta Encílica Gaudium Populum Dei, VIII).

Com suas atitudes, mostrou que a adoção do nome Gregório fez jus ao antipapa Gregório II, que perverteu a Igreja com seus ensinamentos errôneos, baseados em paixões mundanas e no desejo de utilizar-se da Igreja para crescimento próprio. Tais atitudes vemos também em Gregório III, que fez de seu papado uma instrumentalização para os mesmos fins.

Dada esta situação, observamos que Gregório III perverteu os fiéis e os clérigos na fé, dando mau exemplo ao clero e a todo o povo de Deus. Por meio de suas atividades corruptas e egocêntricas, afligiu a Igreja com corrupção e escândalo, desacreditando o pontificado e a Sé de Roma.
Diante do que aqui deixamos exposto, bem como movidos pelo sincero desejo de reparação por estes escabrosos erros cometidos contra a santidade do Corpo Místico de Cristo, nós e o Espírito Santo DAMOSDECRETAMOSPROCLAMAMOS e DEFINIMOS a ANTIPAPIA de Gregório III. Tal notificação seja adicionada ao Anuário dos Pontífices, para que suas transgressões e ultrajes sejam conhecidos por todo o Povo de Deus.

Da mesma forma, excluímos todas as penas imputadas por este Pontífice, abrindo nosso abraço de misericórdia a todos aqueles que deixaram a Igreja pela má influência exercida por este mau pastor. Por meio do sacramento da confissão, estou disposto a perdoar as transgressões de clérigos e fiéis realizadas pelo desafeto deste nosso predecessor.

Para a reparação dos erros acometidos por este nosso irmão, rogamos sobre todo o povo de Deus as mais abundantes bênçãos, pedindo insistentemente que nos envie São Miguel Arcanjo, príncipe das milícias celestes, para que impere sobre estes maus, e nos livre de todo ataque do iníquo, que diante destes atos, tenta cada vez mais embargar a missão da Igreja, de difundir a mensagem de Cristo, de um Reino de justiça, paz e fraternidade.

Revogando todas as disposições ao contrário, este documento passa a valer desde o momento de sua publicação.

Datum Romae, XXIV mensis aprilis MMXX. Primus sub coronam nostra.

+ PAULUS Pp. IV
Pontifex Maximus