Administrado por Dom Vito Alberti Lavezzo e Dona Kate Alberti Rossetti, arquivistas do Vaticano.

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Carta Encíclica Sacerdotalis Dominus


SACERDOTALIS DOMINUS
Sobre a formação dos novos sacerdotes.

Aos veneráveis irmãos no Episcopado,
Aos presbíteros,
Aos diáconos e seminaristas,
E á todo o povo de Deus.


Introdução.

1 . “Pastores dabo vobis”- Dar-vos-ei pastores- É essa a promessa do Deus da Vida, para o povo de Israel, promessa essa, que se completa em Jesus-“Ego sum pastor bônus”-, e que a Igreja, comunidade do Corpo do Senhor, toma pra si como verdade e promessa.

2. Os pastores do povo de Deus, são aqueles que, escolhidos do meio do povo, recebem o ministério do sacerdócio, para servir á comunidade dos batizados e batizadas, e, que, buscam sempre, como nos diz S. João Maria Vianney, ser “o amor do Coração de Jesus”.

3. A Igreja, comunidade do Senhor, tem por certeza que 'Eis que estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo' (Mt 28, 20) e ciente da actividade constante do Espírito Santo na Igreja, intimamente crê que nunca faltarão completamente na Igreja os ministros sagrados (...) Apesar de

se verificar escassez de clero em várias regiões, a acção do Pai, que suscita as vocações, jamais cessará na Igreja.

4. Hei de tratar, nesta encíclica, dos problemas contidos no nosso seminário, das maneiras de resolvê-los, e também do que de bom que há e deve continuar.

I. Da atual realidade do nosso seminário.

5. O nosso seminário, atualmente, tem andado muito bem. Mas, como se sabe, tudo o que é bom, pode e deve melhorar.

6.A atual gestão do nosso seminário, tem trabalhado incansavelmente pela pura e transparente formação dos novos padres. Os testes se aplicam com muita exatidão, e as aulas, são bem frequentes. Vemos também, a total união dos seminaristas e, o ensino do respeito aos graus hierárquicos. Com toda essa realidade, nós muito nos alegramos.

 7.Observa-se também que, mesmo diante ás dificuldades, a equipe formadora busca sempre e sempre mais trazer á si novos seminaristas, não por proselitismo ou coisa parecida, mas, encantando-os realmente com a mensagem do Evangelho, sempre nova e atual, e, também com isso nos felicitamos.

8.Diante de toda a realidade já apresentada, é importante salientar que, em muitas vezes, o seminário reduze-se também á somente um local de aulas, sem uma tal experiência pastoral, sem uma vivência de comunidade, o que reflete em padres que destratam o povo, pelo simples motivo de falta de uma vivência pastoral. Tal problema pode ser resolvido, e, mais adiante, daremos o modo de como resolvê-lo.

9.Vê-se também que, em muitas vezes, a formação sobrecarrega-se em somente um formador, de modo que o mesmo, muitas vezes, abdica de tal ministério pela fadiga. Tal problema, na maioria das vezes, reflete uma falta de compromisso de toda a equipe ou de uma parte da mesma. Mais adiante, colocaremos como resolver tal problema.

II. Dos objetivos e mudanças na formação do atual seminário.

10. Diante de toda a situação por nós apresentada, vamos agora traçar as diretrizes conjuntas para o seminário, o que teremos que mudar, como mudar e o que deve permanecer.

11. O que foi analisado por nós, como necessidade primordial, é uma pequena reforma na Equipe Formadora. As decisões sejam tomadas pela equipe formadora, da qual o Reitor fará parte. O prefeito da Congregação trate de também estar unido á essa equipe, que, por sua vez, organizará o seminário. A Equipe se reúna semanalmente, e, se possível, teste os seminaristas e considere-os aptos ou não, na mesma reunião. A equipe, da qual o prefeito da Educação Católica fará parte, trate de elaborar um relatório quinzenal, e apresente-o a nós pessoalmente, para o melhor conhecimento do andamento do Seminário.

12.Sejam abolidas as divisões entre Escola Diaconal e Presbiteral. Dentre a equipe de formadores, fiquem responsáveis 2 entre os mesmos pelos diáconos, e 2 pelos presbíteros, excetuando, se possível o Reitor. Se não o for possível, o Reitor também o faça parte das formações, e, não deixe de se reunir com a Equipe formadora, que terão, excetuando o Reitor e o Prefeito da Educação Católica, no mínimo, 5 componentes.

13. O tempo de formação dos seminaristas seja indefinido, pois, depende daquele que recebe a formação, e, também de quem orienta-o. A formação trate de ser na realidade do povo, bem pastoralista, colocando diante dos seminaristas, a maneira de fazer teologia a partir da realidade, maneira essa que foi incentivada pelo Concílio Vaticano II, e que, o próximo concílio nos ajudará como fazer.

14. A equipe formadora trate de, durante ou depois das aulas formativas, colocar os seminaristas em alguma paróquia, onde, com o acompanhamento do respectivo pároco, participem da Eucaristia e celebrem a palavra, e, sempre que possível, ajudem na Catequese dos paroquianos, unidos ao Pároco. Tal etapa na formação seja indispensável, e, só se os admita ás sacras ordens depois de tal etapa.

15. Restaurem-se, os ritos de admissão ao seminário, e entrega do leitorado e acolitato como ministérios laicais, aos seminaristas. Tal rito seja visto com o Prefeito do Culto Divino e Disciplina dos sacramentos, e o tempo de admissão aos mesmos, seja, de acordo com a capacidade de cada seminarista.

16. Haja mútuo respeito entre todos da equipe formadora, e, não se acate brigas por motivo de cargos entre a mesma. Caso haja, deve ser relatado á nós, e resolver-se-a, na medida do possível.

17. Conserve-se o modelo de aulas, e, apliquem-se, na medida do possível, aulas sobre a História da Igreja, e aulas de aconselhamento espiritual. Cada seminarista seja acompanhado por um confessor e um diretor espiritual. Os seminaristas aprendam como bem aconselhar, e como bem entender a quem do povo vem á eles.

 18. Reforcem-se as aulas de liturgia, e observância das rubricas, sendo altamente necessário que os professores de liturgia estudem a fundo a Instrução Geral do Missal Romano da realidade (IGMR), e, tratem de ensinar a observância e as rubricas aos seminaristas.

19. Conserve-se o ensino da hierarquia e o ensino de português, de modo que, a maneira de escrever seja ato essencial para admissão tanto dos ministérios, quanto das ordens sacras.

20. Trabalhe-se com os seminaristas o sentido da missa, a partir da IGMR, e com atenção á realidade do povo. Ensinem-se á eles o serviço litúrgico, de modo que só sejam admitidos ao Acolitado, após tal aprendizado.

21. Atente-se bastante ás formações dadas no seminário, de modo que o pastoralismo predomine.

22. Esforce-se, através de missões pelos quartos públicos de nosso hotel, pelos avisos das missas paroquiais e outras maneiras, conseguir, sem proselitismo, mais seminaristas, vocações á florescerem, para termos mais e santos sacerdotes.

23. Reforme-se a apostila, com a equipe formadora.

24. Tudo o que aqui ordenamos seja colocado em prática, para o bem da formação dos novos sacerdotes. Resolvi, por bem, inaugurar meu pontificado com tal Carta-Encíclica, visando que o futuro da Igreja está no nosso seminário, respeitem-se sempre os seminaristas, e por conseguinte o baixo clero, porque assim, estaremos respeitando o futuro da Igreja.

Conclusão.

25. Espero que, tudo o que aqui foi ordenado, se cumpra com amor, com carinho, á Igreja, que não é minha, nem dos senhores, mas, de Cristo. Peçamos á Virgem Maria, Mãe da Igreja e das vocações, que incite sempre mais vocações á messe. E, rezemos a ela assim:

Maria,
Mãe de Jesus Cristo e Mãe dos sacerdotes
recebei este preito que nós Vos tributamos
para celebrar a vossa maternidade
e contemplar junto de Vós o Sacerdócio
do vosso Filho e dos vossos filhos,
ó Santa Mãe de Deus.

Mãe de Cristo,
ao Messias Sacerdote destes o corpo de carne
para a unção do Espírito Santo
a salvação dos pobres e contritos de coração,
guardai no vosso Coração
e na Igreja os sacerdotes,
ó Mãe do Salvador.

Mãe da fé,
acompanhastes ao templo o Filho do Homem,
cumprimento das promessas feitas aos nossos Pais,
entregai ao Pai para Sua glória
os sacerdotes do Filho Vosso,
ó Arca da Aliança.


Mãe da Igreja,
entre os discípulos no Cenáculo,
suplicastes o Espírito
para o Povo novo e os seus Pastores,
alcançai para a ordem dos presbíteros
a plenitude dos dons,
ó Rainha dos Apóstolos.


Mãe de Jesus Cristo,
estivestes com Ele nos inícios
da Sua vida e da Sua missão,
Mestre O procurastes entre a multidão,
assististe-l'O levantado da terra,
consumado para o sacrifício único eterno,
e tivestes perto João, Vosso filho,
acolhei desde o princípio os chamados,
protegei o seu crescimento,
acompanhai na vida e no ministério
os Vossos filhos,
ó Mãe dos sacerdotes.


Dado em Roma, junto á S. Pedro, aos 17 de janeiro do Ano Santo e Jubilar da Misericórdia de 20 16, Primeiro de Nosso Pontificado.

+ Ioannes Pp. I

Servum Servorum Dei